domingo, 16 de fevereiro de 2014

A mancha


Deixa a grande e vermelha de Júpiter no chinelo, fácil, fácil. Resto de petróleo no mar? Pff, aquela coisa roxa na sua perna foi muito mais danosa.

Eu lembro, até hoje. A pancada. O "uuuuuh" da galera assistindo o jogo. Você saindo mancando. Tudo isso de uma beleza poética tão singela * _ *

Quantas vezes não lembramos daquilo, anos depois? Aquela mancha foi um marco. Lembra, dias depois do acidente, você em público com a barra da calça levantada? Não fazia ideia do motivo de você ficar daquele jeito, até que alguém falou (foi você?) de que até o contato da roupa na pele lesionada doía.

Eu me diverti com aquilo. Semanas depois, eu também tomei uma queda e fiquei todo estropiado. Nada da magnitude daquele mar de sangue coalhado (sei que não é isso) da sua perna, porém. E você sabe, sempre que eu ria de algo que te sucedia, acontecia comigo depois.

Mas...aquela coisa roxa, aquela feiura contrastando com a alvura da sua pele...me marcou de alguma forma. Talvez ali eu tenha conseguido vislumbrar finalmente um pouco da sua humanidade, um pouco de você fora da sua Fortaleza da Solidão. Como no dia em que te peguei cantando. Por favor, não me diga que minha memória tá certa e que foi "Mais uma vez", do Legião Urbana. Essa música também é uma marca. 

Naquela minha velha conta de e-mail, sua mensagem com a letra dessa canção me dando forças tá marcada, categorizei-a também. Uma mancha, mas dessa vez alaranjada, na alvura das minhas lembranças.



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