terça-feira, 29 de abril de 2014

Verdades e Belezas do TEMPO

"Sabe... o Chorão dizia que o tempo era louco, eu também digo: O tempo é louco, mas louco em sua forma de ser, louco em ser sábio de maneira a ser levado pelas estações;
O tempo por horas viaja num super sônico, e por dias no casco de uma tartaruga...
O tempo uma vez por ano nos trás o outono, e neste momento as folhas secas se soltam e vão ao chão mudando toda a paisagem, trassando uma nova arquitetura, não é uma arquitetura estudada com um diploma em mãos e uma beca invocada, é uma arquitetura bela, simples e ao mesmo tempo muito glamorosa, é a arquitetura de todos os tempos, feita pelo tempo, todos os anos o fenômeno acontece e a cada ano é diferente...
O tempo nos trás rugas é verdade, mas o tempo nos trás aprendizado, compreensão, ponderação, sabedorias diversas não encontrada nos livros, mas sim no tempo...
O tempo perpetua alguns e leva outros...
O tempo ameniza a dor e te reveste de armaduras...
O tempo te trás pessoas por algum tempo, mas que te marca por todo o tempo...
O tempo te dá o inverno pra te aproximar do abraço há muito esperado, na divisão de um chocolate quente com a pessoa especial...
O tempo trás o verão para mostrar que o sol erradia muita felicidade e aquece em petulância nossos corações...
O tempo nos dá a primavera para vermos as flores desabrocharem, para mais uma vez entendermos o grandioso arquiteto o TEMPO!"

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Épico da casa velha (ou A chegada)



Era uma casa,
súbito barranco!
sombra não havia,
além dos altos caules.

Onde permissão era necessária
uma ou outra vez, quem sabe.
talvez fosse blefe da senhoria,
rapagões perigosos, qual nada!
armados de linha e de lata.

Bastava subir um morro,
onde lá o fôlego se perdia.
cansar da jornada não pode!
ainda há mais uma subida!

Que alívio, uma rua aplainada!
uma ou outra vez danada,
enquanto se bebe na esquina.

Talvez um mercado ali,
e uma escadinha acolá...

Bastava o seu verde contorno
eurídice do fôlego Orfeu!
interessante analogia
já que os protagonistas morreram,
a peça ali não se fez conhecida.

Abria o branco portão,
ínterim de sublime agonia!

Reza a lenda local,
estranho guardião à espera.
sisudo protetor do santuário,
infinitas graças a ti!
depois de sucessivas jornadas,
ei-la! a estátua que ri.

Mais além, o corredor;
escuro e esticado,
uma ponte sobre a dor.

Calço que primeiro ergueu,
infinitas venturas de outrora,
úmido de libações,
marcado por estranho compasso,
era sala? ou era quarto?


sábado, 19 de abril de 2014

Bienvenido - Parte 1: a noite

O céu era de um cinza azulado, ou azul acinzentado. Não importa, o cinza estava lá de qualquer jeito.
De noite, os lobos e coiotes se misturavam aos bandidos e coiotes num gole de pulque que não tinha fim pela serragem da pulquería. Ora eram desesperados, ora eram desocupados, os que procuravam os coiotes nos seus momentos sublimes de boemia.
Os sons de risada, uivos e cantoria eram, por fim, um som só, a trilha sonora perfeita para o lugar onde todas as noites era a noite mais louca da vida de alguém.
Con el coyote no hay aduana.

As putas, eram pedaços de algo que um dia já tinha sido mulher, cheirando a tequila e cerveja quase sempre, sentavam no seu colo em qualquer que fosse o lugar, bar, pulquería ou prostíbulo. A música alta, reggaeton, era no mesmo ritmo dos soluços e gritos dos bêbados.

A noite não tinha fim. A erva era queimada com naturalidade e se transformava logo em vermelhidão nos olhos dos loucos que estavam sempre dispostos a odiar o lado de lá.

Odiar o lado de lá era algo comum a todos, velhos, senhoras e cachorros, todos odiavam com o mesmo vermelho-ódio nos olhos.

Os arruaceiros passavam pela aduana através de um túnel subterrâneo, mas somente eles ainda tinham essa coragem. O túnel passava milhares de metros abaixo do rio que separava a terra batida dos bebedores de pulque, da terra estrelada do lado de lá. A cada semana, novos mortos eram descobertos no caminho subterrâneo para o lado de lá.

Os policiais locais não existiam naquele lugar. Ficavam apenas nos arredores, já que um tipo diferente de máfia havia se alocado por lá.

E era a máfia que indiretamente mantinha tudo por lá. Faculdades, postos médicos, cassinos, universidades - públicas, diga-se de passagem.

A noite, a máfia era todos, e todos queriam a máfia. Afinal, quem não quer morar na terra estrelada do outro lado do rio?

Em Tijuana não. Os méxicanos de La Ultima Ciudad, como era conhecida, não. Mas eram os melhores em fazer tal serviço.

Mas ainda havia o dia.

Bienvenido a Tijuana: tequila, sexo e marijuana.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

MagDalena à 

Hoje eu quis escrever cartas à MagDalena, mas não pude, pois não conheço nenhuma MagDalena...
Hoje tentei entrevistar o Tempo, mas não consegui, pois este partiu, dizendo que estava sem tempo e que estava atrás do tempo...
Hoje pensei em sair de meu casulo pra ver o outono levar as folhas das arvores até o chão, mas nada consegui, pois as únicas folhas nas ruas, estavam em tintas nos muros como pr
oteção anti pichadores e, estas ainda o vento não consegue levar...
pensei em caminhar nas margens, mas somente viajei nas margens da vida...
Hoje pensei em escrever uma poesia, mas só havia um nome MagDalena, mas não conheço nenhuma MagDalena...
Hoje sorri ao pensar em azul cobalto, mas o céu me deu um cinza chuvoso ...
Hoje acordei com o intento de ouvir Maria Rita, como o som da guitarra de Wes Montgomery é fatal...
Hoje pensei em escrever um conto, mas como começar?
HOje eu quis escrever cartas à MagDalena, mas é lamentável, pois não conheço nenhuma MagDalena
!

domingo, 6 de abril de 2014

Não me responsabilizo, na boa.



Nada de poemas hoje, mensagens subliminares e etc.

A vontade é de gritar. Gritar pra caralho!

Berrar aquela sacanagem toda, de que superação de cu é rola e que espírito evoluído é o meu ovo. O direito. Sou canhoto e gostaria de preservar a bola esquerda. Obrigado.

Sério, cacete! Eu quero derramar aquela acidez, aquela coisa corrosiva e pútrida que tenho (e que todo mundo tem, também), e que os bons costumes recomendam que deixe guardado. Guardado em que lugar? No rabo? Ah, tenha dó! Do meu traseiro! Nem ele, que só faz merda, merece tanta putaria (e olha que nem é ele na verdade quem produz, mas enfim).

Diz aí, quem é que nunca sentiu vontade de chutar a porra do pau da barraca depois de uma grande merda? Que é que veio depois da Crise de 29? A guerra! Geral tocando o foda-se. E  nem vem com essa de que "veio o New Deal", porque New Deal é minha piroca.

Cansado, porra. Muito cansado de remoer. De ruminar. De imaginar mil coisas, de como teria sido o Big Bang se, ao invés de surgir tudo da explosão de um ponto minúsculo, surgisse tudo da explosão da porra duma cabeça em particular. O cosmo seria feita de miolos, cornos e sem-vergonhice?

O foda dos fodas é saber que não há culpados e vilões. Há um erro, e talvez uns trinta centímetros de jeba em estado letárgico, um veículo automotor e uma grana.

E um insolente, que não cansa de passar a maldita fita de memórias ao som de Slipped Away

Filho da puta.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"Na progressa subida, nos é imposto diversos obstáculos e sim... muitas das vezes pensamos em voltar ou parar onde estamos, temos medo, pois quando avançamos não sabemos o que vamos encontrar, quando deixamos a zona de conforto, o comodismo, o mesmo... temos que ter em consciência que depararemos com o novo e o novo é o novo, o NOVO as vezes é igual uma rosa cheia de espinhos, porém muito bela e precisa ser tocada(o), desistir de continuar é fácil, precisa apenas parar e lidar com o fracasso ou melhor com a desistência, seguir ladeira acima é extremamente difícil, mas o interesse está no topo de cada aclive por nós vencido, por nós alcançado. Haverá dias difíceis, dê uma estacionada analisa tudo o que já conquistou, troque os sapatos, deixe os pés descansar , a alma falar, enxugue o suor e as lágrimas e continue na PROGRESSA SUBIDA!