sábado, 27 de dezembro de 2014

2014

Olá!

Se você está lendo isso, quer dizer que: Ou chegou por acaso, ou é um costumaz leitor do LL. De qualquer maneira, provavelmente essa é a última postagem (minha) de 2014.

E que 2014 foi esse, hein? Imagina o próximo (trocadalho do carilho)? Um ano cheio das reviravoltas, de posts depressivos (me again...) e de muito Pablo.

Aqui tem uma postagem espetacular  (13 de fevereiro) que mais parece um resumo dos últimos doze meses. Inacreditável como a negada pode ter o dom da profecia. Tenho medo disso, mas não tanto quanto de baratas. Porque baratas são bichos do capiroto, e mesmo que ele não exista (polêeeeeemico, hahah), suas crias estão aí.

Aliás, por falar em crias, devo dizer que estou muito contente com as minhas. O Irônica vai bem (do jeito dele, mas vai), o LL é uma cria conjunta que tem sido muito bacana e eu amo todos os envolvidos, com direito a dar um Lauratone para cada um, e o restante da vida vai seguindo.

Ah, a existência! "Devolva minhas fantasias, meu sonho de viver a vida, devolva-me o ar". Uma amiga diria (ou dirá) que isso é muito "diaresco", e talvez ela tenha a máxima e esplendorosa razão, pelo simples fato de que azul é a cor mais quente. E a função desse parágrafo foi juntar uma música de gosto duvidoso com um livro que não curti muito ler, nessa jornada de ano de copa do mundo.

Copa do Mundo! Que coisa foi aquela...A nação inteira torcendo pro Brasil ir pra final, e eu querendo que o amendoim fosse mais barato. Como as coisas tem ficado caras! Muita gente botaria a culpa no governo, mas eu tenho cá minhas dúvidas de que seja sensato dizer algo desse tipo.

Por falar em tipos, nesse aspecto 2014 foi bem curioso. Conheci uma galera absurdamente curiosa, legal, bizarra e etc durante as quatro estações. E no meio de tanta gente marcante, descobri, abismado, que metade da galera tinha razão e que eu sou estupidamente chato. Não fiquei chateado: Antes a metade chata do que a outra que me chama de idiota. E saber que tornei a vida de tanta gente mais amarga não dói, posto que sujeira a água leva (na maioria dos casos) e essas pessoas estão a salvo agora.

E por falar em água, cadê a nossa? Gente! Não sei se culpo a divindade responsável pelo clima, a Tempestade dos mutantes da Marvel, o governador do estado ou a população. Por falta de uma boa alternativa, vou culpar o destino implacável desse 2014 modorrento.

Enfim. Não desejo nem o bem nem o mal pra ninguém em 2015. Sigam suas vidas, sejam felizes (ou não), leiam os posts da galera talentosa que escreve aqui, salvem a Amazônia.

E até mais.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Chega de veneno

Eu estou sentada em algum canto da minha mente me perguntando o que tem de errado comigo. Fumando meu cigarro como sempre, e tentando identificar que coisa há de errado.

Me disseram para ser magra, eu fui lá e emagreci.
Me falaram para estudar, eu estou estudando.
Me falaram para ser politizada, preocupada com o meio ambiente e com as próximas gerações. Eis me aqui, sendo tudo isso.
Aí então, não satisfeitos, disseram que eu tinha que ser bem vestida, sorrir sempre e ser delicada.
Eu cortei os palavrões do meu vocabulário, comprei as roupas mais caras, fiquei loira e aprendi a sorrir e falar delicadamente e baixo.

Aqui estou, esgotada de tudo o que os homens me mandaram fazer. Aqui estou usada, manipulada, transformada e cansada. Exausta. 
A Procura
Procurei alguém que me olhasse nos olhos e me enxergasse por dentro,
Procurei alguém que me oferecesse sorriso quando o mundo para mim estivesse fechado,
Procurei alguém que gostasse de minha música e observasse algum dom,
Procurei alguém que suportasse minhas crises mesmo quando não amava nem mesmo a mim,
Procurei alguém que enfrentaria o mundo por mim mesmo que eu quisesse apenas continuar com a TV ligada e a mente em off,
Procurei alguém que pudesse me idolatrar mesmo sabendo que nada sou, igual eu sou...
Encontrei alguém, 
me encontrei no sofá da sala vasculhando minha mente a procura de alguém...
Encontrei... Amém

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Meu vivo em mim

Invada meu banho, 
o chuveiro da conta de dois,
seu corpo não está total despido,
já estou...
meu olhar se perde em seu corpo,
minha garganta em nó,
um sonho e um pesadelo,
nossa parede de vidro de frente para o mar,
vejo a linha do horizonte,
a tenho em meus braços, 
um doce sonho de verão,
apenas uma linda visão,
meu nó,
meu embaraço, 
já não espero o inverno, 
mas sei que é inevitável acordar,
Meus quinze anos

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O rompimento

E então eu voltei a sentir aquela dor. 
E a culpa toda era da Irlanda! 
Janaina tinha ido a Irlanda ao mesmo tempo que ele. Ao mesmo tempo que não nos falávamos mais. 
O fato é que todos nós acabamos indo para um canto do mundo dentro de um ano após o rompimento. 
Vinicius foi a Bangladesh, estava gordo e de cabelos curtos. Ele também não falava mais comigo. 
Denis tinha ido para a Argentina e por lá ficou. Finalmente achou quem o amasse. Eu nunca tive competência nem para isso, e ele tem razão em me achar uma idiota. 
Alice voltara pouco tempo do Canadá. Eu, particularmente sempre detestei o Canadá. Gente fria, lugar frio. 
Alice estava bem diferente. Como todos nós estávamos, é claro. Mas a mudança dela, embora carregada de traços antigos, era a mais notável. 
Fumava. Era loira agora, preocupada com a aparência, com homens e com roupas de grife. O exterior engoliu minha amiga de outrora. 
Alice estava mais próxima do ser atual que ele se tornara do que eu jamais estarei. 

Sempre permaneci longe, e a distância foi aumentando. Até sendo a melhor deles todos, até sendo a mais próximas de todas as pessoas do mundo, eu ainda era a mais distante. Porque quanto mais eu queria me aproximar dele, mais distantes do que o que eu queria eu ficava. 

Ele tinha ido para a Irlanda no mesmo período que Janaina. Então, me senti na obrigação de estabelecer o meu bem estar novamente perguntando a Janaina se eles tinham se encontrado lá. Não fez diferença alguma saber que sim ou não. Ele era obcecado pelos pés dela, e já tinha me falado várias vezes. 

Tive devaneios por meses sobre ele beijar os pés dela num chalé na Irlanda, com aquelas cordilheiras frias cercando o lindo casal que eu jamais saberia. 

Por fim, eu tinha ido para o México. Alice me parabenizou pela escolha, a Alice de antes realmente gostaria de ir a uma periferia ao invés de um lugar desenvolvido. Mas esta nova Alice só se importava em saber quanto eram os preços do Carolina Herrera por lá. 
Eu tive uma viagem fora de série. Muita bebida, tradições, ervas, comidas exóticas, falhas na minha saúde quase inabalável. Sempre digo que as coisas se dividem entre antes e depois do México. 

Mas enquanto eu bebia até rodar na Baja Califórnia, ele continuava rindo com aqueles dentes que eu amava e com o som de sininhos que tocava no pé do ouvido. Aquele tamanho todo, preso dentro de camisetas verdes que ele colecionava. 

Eu ainda sentia falta de quem ele era. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cada Palavra
Sei que existe o tempo das coisas, as vezes eu só queria a palavra certa pra escrever e me descrever, o tempo passa e o que sinto agora pode não ser escrito nunca, nos próximos segundos sei que tudo irá mudar e, mais uma vez tudo escorre pelos dedos, eu quero as palavras certas pra registrar cada momento, para mim, as palavras sempre deram mais vazão do que imagens, gosto do poder das palavras, gosto das frases que fazem sentido individual a cada qual, gosto dos livros que me prendem, me desligando de qualquer atual situação, me levando pra lugares onde nunca pisei, me mostrando coisas nunca vistas... sou apaixonado por cada letra, cada vírgula apesar de não saber usá-las, gosto da indagação, gosto da imaginação que vivo a cada leitura, gosto da individualidade e liberdade de pensamentos que as palavras me propiciam, fico feliz por saber que uma boa leitura por vezes não me responderá nada, mas me fará ver as coisas com outros olhos! Eu quero as letras formando frases nas entrelinhas, eu quero o mistério de cada palavra, eu quero um livro infinito, eu quero cada palavra com ou sem significado!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Transparência de um GRITO

Eu gritei em meio a praça,
Gritei num final de tarde,
não havia necessidade,
a atenção era minha...
Meu brado era imponente, 
curiosos se aglomeraram,
minha alma se despia, 
as lágrimas rolavam...
Gritei sem me importar com a ausência de roupas a cobrir meu corpo,
Eu gritei pra ver se alguém ainda vivia,
Abaixo a hipocrisia!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O Sebo Metafórico


Não é a escuridão, não é a dor e o sofrimento. É a indiferença e a monotonia as piores coisas que alguém pode notar.

Eu estava num dos corredores empoeirados do Sebo da minha mente, folheando meus livros desesperadamente procurando um personagem que não fosse igual, que não quisesse ser bonito ou popular, que não quisesse fixar as coisas e não ficasse me enchendo a cabeça de ideias efêmeras como bolhas de sabão.

Fiquei folheando estes livros por tempo demais, nem percebi que tinha escurecido. Eu estava coberta de poeira dos mais velhos livros, e não tinha encontrado nada entre meus personagens. Resolvi sair.

As luzes do Sebo estavam apagadas como se tivesse fechado a anos. Enquanto eu caminhava pelos longos corredores cheios de prateleiras caindo aos pedaços junto aos livros, eu mesma via pedaços meus caindo no caminho, um braço ficou pendurado na seção de medicina veterinária e com toda aquela escuridão me empurrando para fora, eu mal conseguia raciocinar.

A porta de vidro do Sebo ia ficando longe conforme eu aumentava meus passos. As poucas luzes que vinham de fora iluminava os livros raros que ficava nas prateleiras mais altas e assim que eu me aproximava da porta, assim os livros de cima caiam sobre mim, em protesto.

De repente, eu vi que todos os livros estavam revoltados com minha ida. Eles se abriam e se folheavam rapidamente com minhas histórias dentro deles, meus amores, minhas decepções, minhas centenas de aventuras e algumas poucas lágrimas.
Definitivamente, eu não tinha mais interesse por aquelas histórias velhas. Então a chuva de livros suicidas se intensificou.

Um livro de capa dura atingiu meu rosto enviesado e o tingiu de roxo. Um outro caiu de quina sobre minha coxa e contraiu alguns musculos, retardando meu próximo passo. A maioria caía com a parte plana e não machucava. Eu corri, a porta ainda longe como deveria de ser e as luzes do lado de fora se intensificando mais ainda. Talvez fosse o sol.
Eu alcancei a porta do momento em que um livro fino e duro vinha em direção ao meu pescoço, como um bumerangue. A porta se abriu e eu escorreguei para fora.

O Largo era bonito a minha frente. Havia uma banca de jornal-café-floricultura com bancos de madeira espalhados por uma bonita praça rodeada por ônibus. Era manhã, iluminada, fresca, urbana e delicada. Eu estava apaixonada.





terça-feira, 28 de outubro de 2014

Lute por

Uma verdade sem véu
luz que ilumina
sol que aquece 
amigo que se faz presente
estrada que seja um caminho
dia que te faz viver
amor que te faça amar
sonho que te inspire
vida que te trás vida
palavra que te dá virtude
atitude que te faz mover
Lute a qualquer custo, seja verbo, verbalize, nunca guarde o verbo, seja sempre VERBO!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

mania de gente doida: trilhas sonoras

A mania incessante de arranjar trilhas sonoras alternativas: eu domino essa arte.

As nuances que delimitam uma história e os detalhes que fazem de uma boa música a contadora de uma história ficam claras e as relações surgem fáceis. E isso se aplica a episódios vividos também, um exercício musical diário e divertido.

Enquanto lia Dom Casmurro, mil anos atrás, não deixava de imaginar uma música com banjo e qualquer coisa de sopro. E então, um dia eu ouvi "Elephant Gun" do Beirut e no mesmo momento pensei "é essa a música do Dom Casmurro".

E porque acho que "La Vie a 2" do Manu Chao é a trilha perfeita de Orgulho e Preconceito da Jane Austen? Porque, já repararam na forma deliciosa como Mrs. Darcy fala? Como ele move os lábios? É quase da mesma forma que se deve fazer para cantar a tal La Vie a 2.

E como não pensar em Gitâ cantada pela Maria Bethânia quando se anda no centro velho, com os cabelos sendo levados?

E porque seria então diferente que minha trilha alternativa para "Feliz Ano Velho" do Marcelo Rubens Paiva fosse "Meu mundo e nada mais" do Guilherme Arantes?

E as voltas que um trem da até chegar em Guaianazes, eu sempre relaciono a "Monólogo ao Pé do Ouvido", Chico Science e Nação Zumbi.

E "Comédia da Vida Privada", cara, isso é muito brega! Eu relaciono a algo tão brega quanto: "Frisson" do Roupa Nova. Somos todos bregas.

E um dia na cama, abraçado a alguém, me faz sentir uma boneca dessas de caixinha de música, e eu logo penso em "Tatuagem", Chico.

E tem aquela clássica, aquela que é a trilha da sua vida. Infelizmente, a minha música principal da trilha sonora da vida vive mudando. Agora ela é "Por que é proibido pisar na grama" do Jorge Ben Jor. É engraçado o jeito que estas coisas surgem claras na mente, de acordo com o tanto de fatos repetidos na rotina doida. Me flagrei mais de uma vez pensando em porque eu deveria seguir regras, se todas as minhas intenções eram boas.

Vira uma insanidade as vezes, mas quase sempre me mantem na linha, este hobbie retardado que eu inventei. Certa vez quando era criança e idiotamente fascinada por Harry Potter, sabia que a trilha de "HP e a Ordem da Fênix" deveria ser "Paranoid Android" do Radiohead. Mas não foi, e eu fiz uma montagem ridícula usando um aparelho de som, uma tevê e um aparelho reprodutor de DVD.

"Drão, os meninos são todos sãos, os pecados são todos meus" trilha sonora da escrita desta crônica anacrônica. Divirta-se!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"O mundo vai girando..."


Se você continuou com "cada vez mais veloz", parabéns. Te induzi a isso só pra forçar a pseudo piada do parágrafo seguinte.

Prefiro pensar que o mundo não para de girar, e por isso é que estou tonto (adoraria saber quem se ligou na referência). O que explica bastante coisa.

Faz um tempo que não coloco nada aqui no L.L. Tudo tem ficado tão corrido e tão doido, e isso é uma excelente desculpa para mascarar a preguiça. De fato, a preguiça tem sido companheira há meses, ainda quando os sábados eram os dias mais terríveis da minha vida.

Sei que ficou confuso. Foi proposital (também uma excelente forma de disfarçar incoerência e falta de estilo, blá, blá). Enfim. Me perdi.

Ah, certo. A vida e essas coisas. Então. Meu longo hiato literário se deu há meses, com uma leve sobrevida no Irônica, o blog irmão desse. Eu tentava desesperadamente escrever aos finais de semana, aos sábados para aplacar a tristeza, aos domingos porque era o que restava. E a coisa ia seguindo.

Foi tudo tenebroso demais. Entre escaladas onde o topo era sonho distante e outras onde a montanha te perseguia e derrubava, com você ainda a quilômetros dela. E meus papéis e escritos e desenhos, jogados.

Foi mais ou menos nessa época em que a ideia de estudar Neurolinguística se consolidou. Eu poderia seguir tanto por Letras/Linguística como por Eng. da Computação. Me inscrevi no ENEM. Vou ser o mestre dessa coisa, pensava.

Nem sei quando será a prova.

Sim, eu ainda amo isso e tudo o mais, e como tudo o que amo, eu deixo ir embora simplesmente porque esse é um dom. Eu deveria comercializar isso, sério. Seria extremamente bem sucedido.

Sendo assim, estou num dilema mortal. Há dois meses, passei a fazer Teatro. E caramba, eu AMO isso. Amo como eu deveria amar qualquer coisa que nós humanos devemos (ou seria "devamos"?) amar. Como repetir o verbo Amor, vezes sem conta. E dessa vez, eu não quero deixar isso escapar.

Não tenho sonhos de virar um ator foda. Mentira, tenho sim. Vários deles. E por culpa de toda a mudança que aconteceu nesse 2014 fatídico, eu cheguei à conclusão (tem crase?) de que seria legal dar uma repaginada. Me alterar completamente. Ué, então resolvi entrar na escola teatral.

Então, meus escritos, a vontade de mudar com pena e tinta (quem diabos ainda escreve com isso, hoje em dia?), meu ideal, tudo isso, foi embora, só pelo fato de eu sentir que Teatro é minha vida desde sempre?

Sei lá. É tudo muito confuso, como só minha cabeça pode ser. E Asgard sabe como sou desesperadamente confuso.

Tentei dar uma coerência a esse texto. Mas pensando melhor...batata.

Nenhum texto meu tem coerência mesmo.


#MerdapraVocês.




Eu sou padronizado, e você?

Você se acha uma pessoa fora dos padrões? Daquelas que não utilizam a mesma roupa, tiram fotos iguais, não gostam do que é "pop". Muitos se dizem que não. E tem atitudes que as tornam "diferentes" da maioria das pessoas.

Pois sendo assim, a atitude não é padronizada? Daquelas que fazem faculdades que vão contra a maré, ou ainda daqueles que não seguem os padrões dos outros. A atitude, em si, seria uma anarquia, daquelas que tem vandalismo em todo o pensamento...

E o pensamento, seria ele padronizado? Ou você, ainda querendo destoa de todos, segue ideias e ideais diferentes. Como, ideologias que são tão contrárias, que nunca existiram em grandes proporções.

Estas mesmas ideologias, que embasam seu dia a dia e refletem nas suas atitudes, já foram pensadas, outras pessoas tomaram atitudes, e criaram uma realidade do seu ideal. E você, segue achando que está sendo fora do padrão.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CRISE EXISTENCIAL
O sorriso é pra todos,
a dor é interna...
O discurso é eloquente há brilho nos olhos de todos,
Mas quem diz, acredita em menos que nada...
A determinação e a garra é animal,
por dentro frangalhos...
Inspira a vida em seu modo externo de viver,
quando só evita o espelho...
Está sempre pronto a ajudar e,
precisa de ajuda...
A força para dominar o mundo é toda sua,
procura forças para levantar da cama todos os dias.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Na totalidade de ser quem és!

Eu deixei a totalidade e, 
entrei na contra mão.
eu toquei as companhias,
corri feito criança...
Chutei o lixo,
vivi do lixo...
Olhei no buraco da fechadura,
não há proibido...
troquei a noite pelo dia,
na escuridão encontrei o que queria...
sorri para o nada,
topei diversas parada...
vivi a loucura e,
em meio a esta encontrei sanidade...
perturbei minha mente, 
descobri que tenho uma...
olhei o alvorecer,
presencie o sol se por...
vivi para mim,
vivo para mim,
viverei para mim!

sábado, 27 de setembro de 2014

AUDÁCIA

Eu sinto uma vontade de fazer as coisas acontecerem. Mas não uma coisa boa, só tenho interesse nas piores. Fico torcendo para o meu onibus tombar e gerar uma tragédia de morte em massa. Pro meu trem descarrilhar e que eu voe vidro a fora.

Todos os dias, enquanto o sol nasce e eu espero minha condução, fico torcendo para que as pessoas percam seus ônibus, ou tomem chuva no caminho. Ou que um carro passe por cima do pé de alguém, ou uma moto pegue alguém em cheio atravessando a rua fora da faixa. Fico me imaginando 10, 20 vezes empurrando alguém na frente de um caminhão, não interessa quem.

Fico me imaginando socando as coisas, como faço quando estou sozinho. Sinto raiva o tempo todo, sempre tremendo uma perna apenas por obssessão, sempre tamborilando os dedos em algum lugar, esticando a mão e deixando bem a mostra todas minhas cicatrizes.

Subir um lugar alto sem próposito nenhum, queria que isso fosse normal. Quase todo o tempo quero que as coisas aconteçam, quero que todos entrem em riscos.

Eu só não consigo tirar essas ideias audaciosas da cabeça.

domingo, 21 de setembro de 2014

A Rotina

Fácil; Rápido; Bonito.
Que em fumaça se esvai;
Lhe demonstrando ser um belo maldito.

Matando;
Na rapidez constante,
De uma lentidão que se segue, serpenteando e bailando.

Até a chegada de seu protetor,
Que se eterniza,
Com o atributo da bela cor.

E por fim, satisfazendo-o,
Espera que todo aquele mito,
Seja apenas uma dor.

domingo, 31 de agosto de 2014

À Juh
Não uso relógio,
tenho todo o tempo.
Não sigo nenhuma estrada,
somente avante.
Não penso em voltar,
só preciso continuar.
Não há um final,
existe a necessidade de continuar.
O medo é pouco,
viver é muito maior.
o vento se faz presente em meu rosto,
pois a velocidade é minha única companheira.
Não preciso de um amor fixo,
vivo os dois... sou os dois.
Vivo para todos,
vivo principalmente pra mim.
O espirito é livre,
o esprito me têm!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O cara do sorriso branco e reto

Ele ria como um tilintar de ferros, e eu tremia como uma foto 3x4 mal tirada, nervoso, gim, brilho, luzes vermelhas. Somos o que há de melhor.

Sempre prezei pelas minhas lembranças, as vezes até mesmo em detrimento das minhas experiências. Entende? A minha preocupação com o que lembrar quando for velha é superior a vontade de fazer com que as experiências sejam duradouras.

E então ele veio, entrou no bar, sentou do meu lado. Percebi que o cabelo dele agora tinha uma mecha longa que se destacava de toda a cabeça de cabelos curtos, que coisa odiosa. A infanta barba tentava despontar, mediocremente. Vestia um moletom de capuz, uma calça jeans escura e um desses tênis horrorosos cheios de molas no solado. Só que, ninguém nunca vai entender que não importa como ele estivesse vestido. Desde que eu pudesse dar uma olhada naquele sorriso reto, branco, brilhante e convidativo. Cara! Eu nunca gostei de nada na vida da forma como gostava de olhá-lo sorrindo. Eu gostava de olhá-lo até sem face, gostava de olhá-lo até se ele não olhasse para mim. Até se soubesse que era tudo artificial.

Mas eu estava ali. De toda uma multidão de pessoas no mundo, de todas as pessoas que já tinham conhecido ele, de todas as mulheres que já se interessaram por ele, de todas as pessoas naquela sala de faculdade, era eu quem estava ali. Não podia ser coincidência.

Já ali, eu era capaz de lembrar de todas as vezes em que conversamos. Todas as palavras que ele já falou comigo. Sobre meu relógio roxo, sobre minha bolsa pesada, sobre meu All Star de velcro, sobre cigarros, sobre mulheres, sobre os pés das mulheres, sobre homens, sobre barbas.

Eu tenho as melhores lembranças, até os momentos de briga e discussões que me faziam acha-lo um idiota, contam nestas lembranças. Até os últimos momentos antes do último momento.

Ele pediu um cigarro, eu, que sempre fingia que não estava me importando com ninguém, coloquei sobre a mesa cigarro e isqueiro. Nenhuma palavra, eu me sentindo extasiada, ele comentou que eu estava bonita. Me ajeitei no banco do bar, entrelacei os dedos e esperei.
Fui invadida, a sensação era como se tivessem tirado meu cérebro do lugar, dado uma chacoalhada e colocado no lugar. Todas as coisas e placas passavam como borrões numa tele transferência. Só tinha sobrado ele ali na minha frente, me beijando. 
Ele me faz correr e perder todas as coisas como um barco perde o rumo sem poder manter controle dos elementos que o fazem funcionar. As vezes eu me sentia um fantoche e era um prazer ser manipulada por ele.
Bob Marley começou a tocar, estragando meu momento.

Era o início de uma parte da minha vida, a melhor de todas.

Verdades do Tempo
Há quem queira preservar o tempo,
mas o tempo não se preserva,
o tempo se vive e fica na memória...
Há quem queira voltar no tempo,
mas o tempo não se rebobina,
o tempo é uma história contínua sem revisão...
Há quem deixe para o amanhã,
mas não se deixa o hoje pra amanhã,
o amanhã é outro, você será outro...
Há quem diz viver no passado,
mas vive sozinho,
a maioria está nas asas do tempo...
Há quem viva com meios sorrisos,
culpam o tempo e,
o tempo apenas continua sem querer entender,
pois ele é o tempo e o tempo voa!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Eu tive um sonho e era meio dia

Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
No sonho, o dia de sol era noite,
a noite de escuridão brilhava como dia...
Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
Nossos corpos estavam nus,
ao nosso redor já era mania...
Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
seu corpo era esculpido e lapidado,
o meu estava preparado...
Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
seus olhos fumegavam de prazer,
e mais nada, nada precisava dizer...
Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
agora somos um só,
seguimos até virar pó...
Eu tive um sonho
um sonho ao meio dia
Mas quem sonha no meio do dia?
Não quero despertador
Viverei do nosso amor.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014


Transferência 

Se transfere a obrigação
se transfere a culpa
se transfere a ordem
se transfere o sorriso pro sul quando o alvo seria o norte
se transfere a raiva
se transfere o dia
se transfere a posição
se transfere o amor
se transfere a dor
se transfere o cérebro
cultue o morto
ESPAÇO vazio!
"Eu vivo uma intensa e feliz despedida, não sei dos próximos segundos!"

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Próprio Eu Meu
Não acredito na ignorância,
vejo falta e desinteresse por informação...
Não há coitadinho,
existe o momento...
Ele não é o mais inteligente,
apenas o admira demais,
quando deveria traçar uma linha, seguir um foco...
(Egoísta) Não há divisão,
te entrego o que não me serve...
Não há todo amor meu pelo seu,
existe um interesse de ambas as partes...
Não se deixa pra amanhã,
vive o hoje com o máximo de intensidade,
pois o amanhã não é seu e nem de ninguém...
Não se entregue no fundo do poço,
viva a superação...
Não se pode tudo,
pode algumas coisas...
Não espere do próximo,
explore seu Eu pra Eu...
Não entenda como contradição,
veja como evolução racional...
Não entenda como egoísmo,
viva o amor PRÓPRIO!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Odiando o ~colega de trabalho~

Ele fica me encarando por metade do dia, e acha que eu não noto.

Quando eu flagro seus olhos de peixe morto me encarando por entre as lentes grossas do óculos escroto que ele usa, ele diz "Hey Gi" e fixa os olhos no computador. Passados cinco minutos, ele torna a me encarar como um retardado.

A risada dele parece uma criança com manha, me dá vontade de soca-lo e dizer "ria como um homem, inferno", mas eu ainda não posso fazer isso. Ou então ele solta aquelas risadas desvairadas, altas, como quando estávamos na reunião com o departamento de negociação internacional, era um de seus primeiros dias na empresa, e ele soltou uma dessa no meio da reunião. Eu enrolei uma perna minha na outra pra evitar mandar aquele rapaz sair da sala.

Suas teorias furadas: que o espanhol cantado por Manu Chao era péssimo, que quando se estuda espanhol nota-se o quanto as letras são fracas. Ah essa foi por muito pouco que eu não lhe atirei a faca que usava durante aquele almoço. Ele já sabia que eu era fã de Manu Chao e com certeza que este comentário foi para me irritar, já que ninguém do departamento sequer conhece Manu Chao.
Café Tacvba também foi uma de suas vítimas, acho que ali a intenção dele era me humilhar mesmo, começou a dissertar sobre os mais variados álbuns da banda, e eu que só conheço os de maior sucesso, fiquei quieta, segurando o punho e a língua.

E eu nem comecei a falar da parte profissional. Os mínimos detalhes que só ele enxerga e que não fazem diferença nenhuma, mas que ficam tumultuando o email de todo mundo, porque ele coloca todo o departamento em cópia quando encontra um de seus erros idiotas e indiferentes e pede correções.

Anda rebolando, tem um perfume de pobre. Tem olhos vesgos, não abre a boca direito pra falar. Fala baixo demais, não engana ninguém com esse celular de merda, querendo pagar de popular na frente de todos do departamento. Na hora do almoço fica bancando o aventureiro, já foi soldado por n anos, já sobreviveu na floresta, já lutou isso e aquilo. Grande merda isso tudo! Eu detesto militares, mais um motivo para odiá-lo. Quando começa a falar de si, deve pensar que está num consultório porque ninguém mais o faz parar.

Já deu em cima de metade do departamento. Não vou me esquecer nunca do dia que ele disse que queria que eu pegasse a gripe que ele estava para que a passasse ao meu namorado. Que idiota!  Ele é exatamente o tipo de cara que se eu tivesse solteira, não passaria nem perto da minha cama. Acho que ele sabe o quanto é insuportável e está só esperando que uma idiota sem cérebro caia sem querer no poder ridículo daqueles olhos vesgos.

Não existe oi entre nós, da minha parte só existe "morra".

quinta-feira, 26 de junho de 2014

https://www.facebook.com/poetaandarilhomarcostorquato?fref=ts
Salve Marcos Toquato, o poeta andarilho!
Um passo de cada vez

Com meus pés descalços
caminho em meio a trilha
sem medo de espinhos...
A natureza aberta
o sol que ilumina a vida
abrindo o caminho...
Mais um dia nasce
outra chance de viver a vida
pra ser feliz...

"Eu vou estar no brilho de um olhar
Eu vou voar nas asas da liberdade
Eu vou viver um dia após o outro
Pra entender... que a vida é...
Um passo de cada vez...
um passo de cada vez...
um passo de cada vez."

New song
By: Paulo Cezar dos Santos

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Hoje escolhi fazer diferente


Hoje eu escolhi o silencio
para ouvir o que todos tem a dizer...
Escolhi olhar nos olhos
Pra passar e sentir segurança...
Pensei em expor minhas opiniões
mas, mais uma vez me mantive calado...
Doei boas ações
escondi a outra mão...
Senti e vivi cada segundo, cada minuto, cada hora, vivi o dia
E entendi...
As vezes é preciso fazer diferente...
SER DIFERENTE.
A doçura de nada entender, 
o privilégio de abster-se dos problemas.
Deficiência Intelectual.

sábado, 21 de junho de 2014

Rock my life

Estou sempre ligado por Ela,
estou sempre ligado Nela...
Nela eu sinto a viagem,
nela eu encontro caminhos...
Ela me trás bons pensamentos,
ela me lembra do que eu quero esquecer...
Nela eu posso confiar,
e pra Ela sempre evito me calar...
As vezes fala comigo em apenas uma nota,
por vezes num berro e outras num sussurro...
As vezes Nela penso a semana inteira tentando decifrar sua mistica mensagem,
e as vezes é um ataque preciso e certeiro...
Explosão sonora...
Melodias...
Ritmo...
Precisão harmônica...
Resumo de mim...
Fale por mim...
MÚSICA.

domingo, 8 de junho de 2014

Comigo é mais ou menos assim


Coloque no papel uma palavra,
na xícara um bom chá,
no som uma obra musical,
na mente a leveza de poder sentir o momento,
no coração a verdade,
na cabeça a liberdade,
aos pensamentos que voem,
e no papel terá uma linda história em múltiplas palavras!

É pra voar

Voe com as asas sempre de cima para baixo, 
o céu é o limite...
sinta o vento em suas asas,
Contemple tudo que seus olhos possam alcançar...
voe, sinta nas asas a liberdade de ser quem é,
Não se aproxime tanto do sol,
O respeito é indispensável, mas esteja liberto...
voe em grupos,
Se precisar faça a jornada sozinho...
vá pro sul, mas só se souber a direção, 
as vezes é preciso voltar...
Realize alguns voos rasantes, 
enxergará melhor...
tome cuidado com objetos voadores, 
há muitos pelos céus da liberdade... mas são objetos.
é preciso estratégia para um voo calmo e gratificante,
Aterrisse em algum lugar de calmaria,
Observe o tempo,
Reflita,
E voe para liberdade de ser quem és!

terça-feira, 3 de junho de 2014


Soul escrita Sou

Eu sou a letra que, por vezes é apenas uma letra ou... carregada de muito significado,
Eu sou letra que junta de outra ou outras formo palavra, palavras de poder ou de insignificância,
Sou palavra + palavras e me torno uma frase, 
frase de amor ou mesmo frase por frase;
Eu sou frases e mais frases lidas por quem se interessa e devoradas por quem necessita...
Sou um poema com rimas e poesias sem rimas!?!
Sou um livro de amor,
Também sou um livro didático...
Sou um manual de instruções,
e motivo pra descaso...
Sou pequena as vezes, quase que insignificante,
mas causo bastante dano com apenas uma palavra...
Sou a progressão de mim mesma e, sou consumida por mim mesma,
desenvolvo com muita facilidade e velocidade sem saber o fim do caminho...
O fim? Não há fim pra mim, apenas um novo ponto de partida...
Sou a ESCRITA, sou a lida, sou a consumida, sou a companhia das almas que estão só,sou continuação sem paradeiro...
Soul ESCRITA Sou!

terça-feira, 27 de maio de 2014

CONFÚCIO EU?

Estou misturado a mim mesmo
estou em meio a tudo e nada...
estou convicto e pensativo,
desleixado e não sei seu significado...
estou confuso
mas convicto...
estou feliz 
porém triste...
estou certo,
no entanto me encontro errado...
confio em todos,
não confiando em ninguém...
gosto do sol,
mas amo a lua...
me sinto só,
mas estou acompanhado de mim mesmo...
Um dia triste,
é apenas um ponto de vista embaçado!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Eu, Eu mesmo e não... não há Irene

Eu ataquei com rapidez e precisão, eu destilei todo o veneno, fui cruel e realista, fui vazio e profundo, não tive pena de seu olhar me pedindo clemência, eu precisei fazer, então o fiz...
Eu estava acuado e sem tempo, você me açoitou com bons pensamentos, eu apenas precisava vencer, mostrar o grande ser... EU, eu te venci é isso, senti prazer em seu corpo no chão e nos seus olhos sem vida, eu renasci de você para o melhor pro mundo, estou fervilhando de ideias e as colocando em prática, eu sou a prisão e a liberdade, eu sou a balada inacabável, sou o futuro com sorriso eterno, chorar era para os fracos, pois eu matei o fraco, sou a evolução, sou a tecnologia, sou a cura do câncer, sou o foguete na lua, sou o LEPO LEPO, sou o carnaval da Bahia, sou o amor convencional, sou o adaptável, e te matei, pois você sempre deu valor as coisas simples da vida, sou o futuro com a tristeza eterna, mas com um sorriso de causar inveja!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Verdades e Belezas do TEMPO

"Sabe... o Chorão dizia que o tempo era louco, eu também digo: O tempo é louco, mas louco em sua forma de ser, louco em ser sábio de maneira a ser levado pelas estações;
O tempo por horas viaja num super sônico, e por dias no casco de uma tartaruga...
O tempo uma vez por ano nos trás o outono, e neste momento as folhas secas se soltam e vão ao chão mudando toda a paisagem, trassando uma nova arquitetura, não é uma arquitetura estudada com um diploma em mãos e uma beca invocada, é uma arquitetura bela, simples e ao mesmo tempo muito glamorosa, é a arquitetura de todos os tempos, feita pelo tempo, todos os anos o fenômeno acontece e a cada ano é diferente...
O tempo nos trás rugas é verdade, mas o tempo nos trás aprendizado, compreensão, ponderação, sabedorias diversas não encontrada nos livros, mas sim no tempo...
O tempo perpetua alguns e leva outros...
O tempo ameniza a dor e te reveste de armaduras...
O tempo te trás pessoas por algum tempo, mas que te marca por todo o tempo...
O tempo te dá o inverno pra te aproximar do abraço há muito esperado, na divisão de um chocolate quente com a pessoa especial...
O tempo trás o verão para mostrar que o sol erradia muita felicidade e aquece em petulância nossos corações...
O tempo nos dá a primavera para vermos as flores desabrocharem, para mais uma vez entendermos o grandioso arquiteto o TEMPO!"

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Épico da casa velha (ou A chegada)



Era uma casa,
súbito barranco!
sombra não havia,
além dos altos caules.

Onde permissão era necessária
uma ou outra vez, quem sabe.
talvez fosse blefe da senhoria,
rapagões perigosos, qual nada!
armados de linha e de lata.

Bastava subir um morro,
onde lá o fôlego se perdia.
cansar da jornada não pode!
ainda há mais uma subida!

Que alívio, uma rua aplainada!
uma ou outra vez danada,
enquanto se bebe na esquina.

Talvez um mercado ali,
e uma escadinha acolá...

Bastava o seu verde contorno
eurídice do fôlego Orfeu!
interessante analogia
já que os protagonistas morreram,
a peça ali não se fez conhecida.

Abria o branco portão,
ínterim de sublime agonia!

Reza a lenda local,
estranho guardião à espera.
sisudo protetor do santuário,
infinitas graças a ti!
depois de sucessivas jornadas,
ei-la! a estátua que ri.

Mais além, o corredor;
escuro e esticado,
uma ponte sobre a dor.

Calço que primeiro ergueu,
infinitas venturas de outrora,
úmido de libações,
marcado por estranho compasso,
era sala? ou era quarto?