domingo, 16 de março de 2014

Química

Não há sabedoria no mundo que explique o que é uma união de células, milhares, milhões, bilhões delas agindo a respeito de uma só força. A troca contínua de substâncias aumentava ao máximo crescente entusiasmo. As ondas que vinham já não faziam sentido, a não ser pelo fato de terem sido emitidas pela sua existência. Havia aromas indescritíveis na aura, energias ao redor, quase visíveis, poder de fixação que ia e vinha dos olhos prendendo-os de forma que nem o mais sólido dos elementos poderia separar.Combinando-se como ondas sonoras eletromagnéticas num só ritmo, os corações bombeavam, se esgotavam , acreditando na percepção de que ali, acontecia um ato único. Ambos os labirintos tremulavam ao mínimo som dos corpos trabalhando, eram os pólos se atraindo, ou eram os três estados se fundindo, toda a estrutura carnal se prontificou de forma logicamente irracional.

Não havia toque, mas os gases que rodeavam ambos os corpos possuíam-os de forma a uni-los sem saberem. Fechava um ciclo químico que duraria infinitamente um segundo. Os corpos se reconheceram e se queriam, seriam unos e únicos, mesmo que isso não fosse totalmente perceptível, era possível saber, pertenciam-se até o último dia que suas razões anacronicamente entrelaçadas pudesse conceder.

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