segunda-feira, 20 de maio de 2013

A evolução psicológica através do rock 'n roll e seus mais variados níveis

Existe uma teoria positivista que afirma que para cada fase da vida existem coisas específicas. Não é uma verdade, mas entendê-la com  a representação abaixo fica mais fácil. O fato é que talvez falte bandas ou artistas para enquadrar nos mais variados níveis  uma limitação com a qual a autora que vos escreve ainda tenta lidar. Além do mais, como nada abaixo é verdade, não precisa ser levado a sério (bem como o reconhecimento de alguma possível semelhança com a realidade). 


Vamos aos níveis, do menos complexo para o nível máximo. 


Nível 1: é o típico poser, indivíduo que conhece muito de rock 'n roll manjado. Muito do que toca em rádios. Sabe aquelas rádios de TV a cabo? Que se for pra tocar alguma do Slipknot com certeza tocará Vermillion ou Before I Forget, se for pra tocar Guns'n Roses, tocará Sweet Child O' mine? Então, esse indivíduo é o expert em rádio supostamente de rock. Ele conhece tudo sobre músicas manjadas. 

Suas bandas preferidas são Guns'n Roses, Aerosmith, Queen, Ramones, Evanescence e Nickelback.
Risco de ser poser: 

Nível 2: indivíduo indierocker. Este modelo é um pouco recente, embora a vertente do rock 'n roll denominada indie (de independent) tenha surgido ha muitos anos, com Velvet Underground, David Bowie e até mesmo Pink Floyd, bandas como Foster The People, Arctic Monkeys, The Killers, The Strokes e Black Keys tem trazido fãs no carreto do caminhão, fãs nem sempre fiéis. O caso do indierocker é até preocupante. 
Um indivíduo gostou a vida toda de Legião Urbana e Los Hermanos, duas bandas melancólicas que não existem mais, por exemplo. A solução é gostar do que lhe é mais familiar, mais próximo por causa das letras e o jeito de cantar. Neste caso, as bandas que melhor representam são os brasileiros Mop Top, Vanguart, Vivendo do Ócio, Rock Rocket, Legião Urbana, Los Hermanos e os internacionais já citados acima e mais uma leva de bandas recentes como The Kooks e Alabama Shake, Kings Of Leon e Kaiser Chiefs. 
Risco de ser poser:  
Nível 3: o doente revoltado. Aquele que grita a letra das músicas, que nem sempre sabe o que diz a letra da música, mas berra ela assim mesmo. Neste nível é possível enquadrar um número considerável de bandas e vertentes. Qualquer banda screamo, por exemplo, se enquadra neste nível. Hardcore nacional e neo-punk também podem ser incluídos, qualquer banda que vá de Linkin Park, Limp Bizkit e A Day To Remember até Slipknot, Rammstein, System of a Down e até Incubus. Ou seja, praticamente qualquer banda com mais de um single de cunho crítico social. Além das bandas já citadas, acrescente Rise Against, Rancore, Sugar Kane, Charlie Brown Jr,  Asking Alexandria, Nightwish, Envydust e a grande Avenged Sevenfold. 
Risco de ser poser: 
Nível 4: o viajandão. É o indivíduo que está quase transcendendo. Ele tem reflexões profundas ouvindo músicas de rock progressivo. Praticamente todas as suas bandas preferidas já acabaram, ou se não, já não são as mesmas de quando estavam no auge. Mas ele não se importa com o fato de não ter novidades sobre essas bandas, o que já existe delas ainda tem muito a lhe dizer. Ele só tem que se atentar a um fato: é neste nível que o indivíduo está mais aberto para outros gêneros musicais, o mais perigoso é a MPB e o Blues. Uma vez ouvindo Com Açúcar, Com Afeto, jamais haverá volta do gosto por apenas rock. Os principais representantes deste fabuloso nível pode ser Pink Floyd, Led Zeppelin, Janis Joplin, Raul Seixas, Creedance Clearwater Revival, Os Mutantes e  The Doors. Mas qualquer outra banda entre 1960 a 1978 com letras reflexivas e faixas com mais de 9 minutos cujo o solo da guitarra dura 5 minutos pode se enquadrar neste nível. Este nível só pode ser alcançado com no mínimo 5 anos de culto aos deuses da guitarra e da reflexão.  
Risco de ser poser: 0 

Nível 5: o classicista. Ele é quase o nível 1, mas com uma diferença fundamental: ele conhece de verdade o que está ouvindo. Ele curte todas as bandas clássicas do Rock. De Ozzy a Alice Cooper, de Nirvana a Iron Maiden. Ele conhece discografia de no mínimo 250 bandas, discografia completa, letras de qualquer música incluindo não-single na ponta da língua. Este nível é o chamado geek musical, uma enciclopédia do rock. Corre o risco de ser confundido com o poser típico do nível 1, mas meia hora de conversa sobre Jerry Lee Lewis pode mudar isso. Pode acontecer alguma grande decepção e o indivíduo classicista ao passar pelo nível 4, ter seguido outro gênero musical paralelamente ao seu desenvolvimento no rock. O mais recorrente é o Blues e no caso de uma decepção (que vai desde um divórcio em até o fim de uma banda) o rock pode ser deixado de lado. 


Representantes: superficialmente demonstrando um nível tão amplo que inclui várias bandas já citadas em outros níveis,  temos Eric Clapton, Ramones, Metallica, Jimmi Hendrix, U2, Foo Fighters, Nirvana, Johnny Cash, Elvis Costello, Raul Seixas, Titãs, Coldplay, Oasis, Bob Dylan e qualquer banda que toque alguma música que não esteja na moda por mais de 5 vezes numa rádio devidamente rock. Curiosidade: uma banda que sempre representa muito bem este nível é a trash Velhas Virgens, sabe-se la o porquê.
Risco de ser poser: 
Nível 6: o rockeiro de fato. Ele já ouviu tudo o que podia. Já foi tipicamente poser ouvindo apenas o que tocava no rádio. Ele já foi indierocker ouvindo e reproduzindo Strokes na sua guitarra até seus dedos sangrarem. Ele ja estourou a garganta gritando com o Chester do Linkin Park e já entrou em bad trip ouvindo Shine On You Crazy Diamond do Pink Floyd. Ele devorou álbuns e conheceu tudo o que podia sobre tudo o que já ouviu. Ele estava pronto para os grandes. The Beatles foi o primeiro. Ouviu a discografia várias vezes e demorou anos para perceber que Beatles era diferente. Não seria a repetição que traria para ele algum significado. Seria o quanto uma canção podia marcar sua vida. 

Depois foi a vez de Elvis. O rei. 

Era difícil precisar o quanto ele era culpado por tudo aquilo. Por todo o seu desenvolvimento musical. 

E por último, Rolling Stones. Era sua vida, a música. Cada barulho da sua rotina era uma música. 

Ele tinha atingido o nível máximo da evolução psicológica através do rock 'n roll, poderia se tornar um guru para as novas gerações. 



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