domingo, 22 de dezembro de 2013

Diálogo

Com "Eu, o Cara do Computador"

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Há alguns dias, uma funcionária me ligou, dizendo que não estava conseguindo instalar um software da Receita Federal no computador, aparecia uma mensagem de erro, travava a máquina, ai meu Deus, preciso disso pra agora, não me importa que ainda 07h30 e você só trabalha a partir das 08h00.

Como bom func…. Como boa pessoa, esperei. Não ganho antes das 08h00. Três minutos mais tarde, ela novamente. Já está vindo? Claro que não.
Mais um minuto. Olha, preciso disso pra agora. Olho no relógio (olho no relógio, ôlho no relógio). Ainda não são 08h00.

Um minuto após meu horário de entrada, como boa gente, fui verificar o problema. Afinal, estudei pra isso, certo? Chego lá, a dona me recebe com aquele olhar de “te liguei faz tempo”, respondo com aquele que diz “não me importo”, e iniciei minha jornada.

Primeiro: O raio do software já estava instalado.

Segundo: O atalho que ela estava clicando (?????) era um ícone. O “desenho” que representa qualquer software no computador.

Terceiro: Perguntei, gentilmente, quando a mensagem de erro daria o ar de sua graça. A funcionária me instruiu, não sem um pouco de indelicadeza, a continuar com a (re) instalação, pois logo ela apareceria. E ei-la:

“O SOFTWARE FOI INSTALADO COM ÊXITO. CLIQUE ‘OK’ PARA SAIR”.

***

Enfim, na faculdade tivemos prova de eliminação de matérias (de uma matéria que tem aula semana sim, semana não). Em meia hora terminei, afinal, o que são dez questões alternativas? E fui jogar tênis de mesa (tênis de mesa? pingue pongue? Acerte a lâmpada?) no corredor.

Se fosse fazer um resumo, seria bem simples, treze partidas, duas vitórias, risos e a desculpa de que a intenção era apenas me divertir (postura, distância da mesa, posição do braço, força e visão, não me esquecer desses itens). Com a gargalhada morta ao sair do corredor, dirigi-me ao ponto de ônibus, pensando nas minhas infinitas habilidades não aprofundadas que na verdade só me atrapalham.

Chegando lá, um homem, seu cigarro, uma mulher e o vento. Mais uma dama surge.

“Oi, você viu se tal ônibus já passou” – me pergunta. Respondo que estou esperando-o também.

A outra senhora, então, inicia uma agradável conversa com sua colega sobre como um ônibus tão útil poderia ser ao mesmo tempo tão demorado. E perguntou-lhe seu nome.

Esse momento foi crucial para a minha noite. Eu ali, várias vezes derrotado em um jogo, tendo feito uma prova para eliminar uma matéria que eu mal tinha a aula, com a rinite atacada por causa da fumaça do cigarro do simpático homem, com milhões de coisas técnicas na cabeça e um blog de Literatura (que ninguém lê) pra cuidar….e as duas senhoras se conhecendo!

Sendo que tudo o que eu queria naquele momento era que alguém perguntasse o meu nome, como se apenas dizê-lo pudesse definir o que sou (“A maldição está em ti, não no teu nome”).

Assim que cheguei em casa, larguei mão da minha crise e fui jogar um Rpg.

Jogo que, aliás, já zerei várias vezes, com a ajuda de um tutorial da Internet.

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