terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Presente
Darei-me um presente de Natal.
Ele será escrito com alma, com orgulho e com sangue. Será belo, trágico, heroico, poético.
Terá o toque do meu ser, essência dos meus pensamentos e os traços dos meus valores.
- - - - Será o Eu, mas também servirá para você.
Não haverá métrica, mas a ironia que permeia tudo.
Preencherá o espaço entre minhas ideias, o vão entre a parede e o guarda roupa, e o vazio dos meus dias.
Nele caberá aquilo que no mundo não tem espaço, entre sonhos perdidos e uma espada de mágico aço.
- - - - Com aquelas esperanças depositadas no ralo.
Nele, meus conflitos serão resolvidos (jamais esquecendo a dramaticidade, pois sem ela, não teria a segunda linha); Meu quadro feliz será verdadeiro, pois só terá as cores que posso conceber.
Quem provar não reconhecerá sabor. Ele virá de mim, produto de minha descrença.
E de um universo de coisas, ele será meu início. E também um lugar para onde voltar.
- - - - Onde nada é coeso e tudo é ocaso.
Darei-me um presente de Natal.
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